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Arquitetos: Vertentes Arquitetura
- Área: 113 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Favaro Jr.
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Fabricantes: Le Brique Tijolos, Mimo Galeria, Moai Aacabamentos, Tatu premoldados

Descrição enviada pela equipe de projeto. Construída em um lote urbano, em um bairro tradicional com lotes pequenos e estreitos de Piracicaba, esta casa compacta foi erguida no lugar de uma antiga construção térrea. Feita de alvenaria de tijolos armados, a antiga casa teve que ser demolida por motivos estruturais, por não suportar a estrutura de um pavimento superior.

A ideia do projeto foi trazer conceitos de morar contemporâneo em uma construção de pequeno porte que dialogasse com as construções do entorno. Por conta de a maioria do quarteirão apresentar construções coladas ao passeio, usamos um arranjo na legislação que isentou a construção de respeitar recuos frontais.



Em uma construção compacta, apostamos em integrar o máximo possível os ambientes; assim, a impressão que passa é de uma casa maior. Exemplo disso: o fechamento em tela metálica entre garagem e sala, permitindo um eixo visual contínuo fundo-frente. Outro exemplo é a escada metálica livre, flutuando na parede, permitindo a conexão da circulação com a garagem e com a sala.

A garagem, nesse arranjo, fica localizada abaixo de ambientes habitáveis do pavimento superior e é ligada visualmente à sala, separada pelas telas metálicas móveis. O desnível presente no lote é vencido por um lance de escada construído na garagem. Entre a laje da sala e da garagem, no vão, foi construído um pequeno depósito, com a intenção de otimizar e utilizar espaços que seriam perdidos.

Um problema comum em lotes estreitos é a escassez de luz natural, dado a falta de recuos laterais. Buscamos mitigar esse problema criando uma ampla claraboia que se estende por todo o ambiente cozinha/sala, e que é a exata projeção da parte não construída do pavimento superior.

A viga metálica que sustenta essa claraboia, estruturando as lajes pré-moldadas de concreto, é reciclada, comprada em um depósito de materiais de construção usados, e foi avalizada pelo engenheiro calculista. Foi deixada sem tratamento, propositalmente, reforçando a estética rústica da casa.

Nesse mesmo sentido da racionalidade construtiva e sustentabilidade, os tijolos maciços da construção original foram reutilizados nas paredes internas, deixados aparentes com uma demão de pintura branca.

Com essa mesma intenção, usamos o tijolo à vista na fachada, reforçando a personalidade rústica da casa, ao mesmo tempo que faz referência às construções tradicionais do interior de São Paulo, erguidas de alvenaria de tijolos apoiados.

A grande janela no andar superior descortina a paisagem do bairro, estimulando o diálogo entre rua e casa, evocando épocas mais inocentes das cidades, onde havia menos barreiras entre o espaço público (rua e calçada) e os ambientes privativos, tornando a convivência entre vizinhos e cidadãos algo mais natural e salutar.



























